Nesta segunda-feira (30), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) fez um alerta à população sobre os perigos da ceratopigmentação, famosa cirurgia que muda a cor dos olhos. Apesar de ter ganhado destaque nas redes sociais por celebridades que fizeram, o procedimento é considerado de alto risco, tem uso restrito em pessoas cegas e não é recomendado para fins estéticos.

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A ceratopigmentação envolve a aplicação de micropigmentos coloridos nas camadas internas da córnea, com o objetivo de alterar a coloração. De acordo com o CBO, a técnica é estritamente indicada para pacientes com deficiência visual permanente para fins reconstrutivos, como quando há manchas brancas visíveis nos olhos cegos.

Os especialistas reforçam que a cirurgia tem caráter reparador e deve ser usada somente quando alternativas menos invasivas (como lentes coloridas ou próteses oculares) não funcionarem. O procedimento também deve ser feito apenas por oftalmologistas especializados, após avaliação clínica criteriosa.


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A população brasileira tem sido impactada nas redes sociais por pessoas que relatam ter se submetido a esse procedimento, também conhecido como ‘tatuagem da córnea’, com finalidade meramente estética. No entanto, essa ceratopigmentação não é reconhecida como uma prática segura em olhos saudáveis, podendo causar complicações e até perda visual severa.

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O uso da ceratopigmentação com finalidade puramente estética tem preocupado os profissionais da saúde, já que a técnica não é reconhecida como segura para olhos saudáveis e pode provocar complicações severas, como:

  • Infecções intraoculares
  • Inflamações como uveítes
  • Aumento da pressão ocular
  • Perfuração da córnea.

Pacientes que se submeteram de forma indevida à cirurgia que muda a cor dos olhos relataram sintomas como dor ocular, ardência, fotofobia (aversão à luz), lacrimejamento contínuo e sensação de areia. Em casos graves, essas complicações podem levar à perda irreversível da visão.

Diante dos riscos envolvidos, o CBO e a SBC [Sociedade Brasileira de Córnea] reforçam que qualquer intervenção nos olhos deve ser conduzida sob orientação de um médico oftalmologista. Procedimentos invasivos como a ceratopigmentação não devem ser tratados como alternativas estéticas simples ou seguras.

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