Pouco após The Alters começar a chamar a atenção pelo uso de técnicas de inteligência artificial (IA) generativa em traduções e textos, a desenvolvedora 11 bit studios veio a público para comentar o caso. A empresa admitiu que a tecnologia realmente foi usada, mas só parou na versão final por acidente.

Em um comunicado publicado nas redes sociais, a empresa afirmou que só usou a IA para criar elementos temporários para o jogo. “Isso nunca foi pretendido para ser algo da versão final. Infelizmente, devido a um erro interno, esse único texto preliminar foi deixado por engano no game”, justificou.

A 11 bit studios também afirmou que esse foi um “caso isolado” em The Alters, e que já está trabalhando em uma atualização para removê-lo. “Para transparência, incluímos uma captura de tela para mostrar como e onde ele aparece no jogo. Enquanto não pretendemos diminuir a situação, também queremos mostrar seu impacto limitado para sua experiência de game”.

11 bit studios justifica uso de IA em traduções de The Alters

Em seu comunicado, a desenvolvedora também comentou sobre as questões envolvendo as traduções de The Alters. Segundo ela, os trechos descobertos pelo público estão relacionados a filmes licenciados produzidos por terceiros e que foram inseridos no final do processo de desenvolvimento.

Estúdio de The Alters explica uso de IA e promete eliminar elemento do game
Foto: Divulgação/11 bit studios

Devido a restrições de tempo extremas, decidimos não envolver nossos parceiros de tradução e localizamos esses vídeos usando IA para tê-los prontos para o lançamento”. A empresa também garantiu que os elementos são considerados temporários e pretende usar uma tradução melhor após a aplicação de um patch futuro.

A 11 bit studios explicou que, conforme ferramentas de IA evoluem, elas “apresentam novos desafios e oportunidades para o desenvolvimento de games”. The Alters é somente um exemplo de como a empresa experimenta com soluções do tipo, e, em suas palavras, seu maior compromisso é ser transparente com o público.

Explicação não convenceu a todos

Apesar de a desenvolvedora afirmar que o uso de IA em The Alters foi mínimo, sua explicação não convenceu alguns fãs. No BlueSky, muitos apontaram que seria muito mais fácil encontrar e eliminar os conteúdos temporários caso eles fossem facilmente identificáveis — e não blocos de texto que só revelam sua natureza pela presença de prompts.

My experience with making placeholder content, is you want it to look bad. You need to be able to spot it at a glance and go “that’s way too shit to be finished” so you can ensure it’s replaced properly. Placeholders that can masquerade as complete assets are sketchy.

— Jarrett P. (@notcrucial.bsky.social) 2025-06-30T16:44:26.108Z

Jarret P, que trabalha como designer de narrativa técnico da The Colation, afirma que, tradicionalmente, conteúdos temporários são feitos para parecem ruins e destacarem. “Você precisa identificá-los em uma olhadela e pensar ‘isso está ruim demais para estar finalizado’. Itens temporários que podem se mascarar como completos são suspeitos”, explicou.

Até o momento, a 11 bit studios não explicou porque não deixou claro o uso de técnicas de IA na página de The Alters no Steam, por mais que a plataforma exija que isso seja feito. De forma semelhante, o estúdio até o momento não esclareceu quando vai atualizar o game para retirar deles os conteúdos lançados acidentalmente.

Fonte: Eurogamer

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