Quem são os pais de Sandman e de seus irmãos Perpétuos?

No vasto e intrincado universo de Sandman, a aclamada obra de Neil Gaiman, os Perpétuos são figuras centrais, encarnações de forças universais que moldam a existência de todas as criaturas do Multiverso DC.

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O fim do Sonho: como Morpheus se despede nas HQs originais de Sandman?

Mas quem são os seres primordiais que deram origem a essa família cósmica, incluindo o próprio Sonho, também conhecido como Sandman? A resposta reside em duas entidades ainda mais antigas e poderosas: Tempo e Noite, revelados na trama de Sandman Overture, publicado originalmente entre outubro de 2013 e setembro de 2015.

Na trama de Overture, que funciona como uma espécie de “Sandman Begins”, vemos a razão pela qual Morpheus estava tão frágil quando os bruxos conseguiram aprisioná-lo no lugar de sua irmã, Morte, no começo de sua jornada no título mensal.

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Ou seja, Overture mostrou coisas que se conectam com o enredo de estreia original 17 anos após o lançamento de Sandman #75. Entre os exemplos estão a rebeldia inicial do Coríntio e sua curiosidade já dando sinais de que ele realmente fugiria para o mundo real; e uma conexão direta entre uma menina chamada Esperança, que ajuda Morpheus a salvar a realidade e depois se revela como a inspiração para a vitória conquistada no Inferno quando foi reaver seus pertences na série regular.

Tempo, o pai de Sandman e seus irmãos Perpétuos (Imagem: Reprodução/DC Comics)

O que mais chama a atenção em Overture é a narrativa espetacular desenvolvida por J. H. Williams III, que homenageia diversos estilos de revistas famosas de sci-fi e faroeste, como a francesa Metal Hurlánt e a inglesa 2000AD. Vale destacar que, quando foi lançada, a série mensal de Sandman costumava trazer desenhistas sem apelo comercial, pois Gaiman queria que os leitores prestassem mais atenção aos textos.

E, voltando, foi em Overture que também vemos a trama revelando os pais de Sandman e seus irmãos Perpétuos.

O Tempo e a Noite em Sandman

Os Perpétuos — Destino, Morte, Sonho, Destruição (também conhecido como “O Pródigo“), Desejo, Desespero e Delírio — são manifestações antropomórficas de conceitos fundamentais para a realidade. Embora sejam imortais e detentores de poder incomensurável sobre seus respectivos domínios, eles não são seres sem origem.

Tempo, o Pai, é a personificação do tempo primordial e da própria existência. Ele é a batida implacável na qual todas as coisas podem acontecer e se tornar. Já a Noite, a Mãe, representa o vazio absoluto, a escuridão que antecede a criação. Ela é o vazio sem fim, onipresente, que abriga o potencial para tudo o que viria a ser.

Foi da união metafísica e da dança cósmica entre o Pai Tempo e a Mãe Noite que surgiram os Perpétuos, cada um emergindo no momento em que seu conceito se tornou relevante no universo. Por exemplo, Destino, o mais velho dos sete, veio à existência no instante em que surgiram as primeiras formas de vida sencientes capazes de ter um destino.

Essa origem ancestral confere aos Perpétuos um status singular, colocando-os acima de deuses e outras divindades. Eles são os pilares conceituais do universo, e sua existência é intrinsecamente ligada à própria tecelagem da realidade.

Noite, a mãe de Sandman e seus irmãos Perpétuos (Imagem: Reprodução/DC Comics)

Entender a linhagem de Tempo e Noite nos oferece uma perspectiva ainda mais profunda sobre a complexidade e a grandiosidade da mitologia criada por Gaiman, revelando que mesmo os mais poderosos seres cósmicos têm um começo.

Afinal, se você parar para pensar bem, tempo e noite realmente podem ser os catalisadores de sonho, deleite/delírio, morte, desespero, desejo, destruição e destino, não?