Após muita ansiedade, o Galaxy Z Flip 7 chegou ao mercado brasileiro e, na última semana, tive a oportunidade de testar o novo dobrável em forma de concha da Samsung. Este é o modelo mais indicado para quem quer um dobrável discreto, mas não abre mão de uma boa usabilidade.
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Neste texto, conto tudo sobre o aparelho, para te ajudar a entender se ele vale a pena, ou se é melhor optar por outro modelo.
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Prós
- Tela externa maior
- Interface bem completa
- Uso confortável
- Câmeras de boa qualidade
- Melhorias no vinco da tela
Contras
- Uso da tela externa limitado
- Desempenho poderia ser melhor
Design e construção
Em relação ao design, o Flip 7 segue a identidade visual do antecessor, mas tem algumas melhorias bem-vindas. O formato de concha agora é mais bem aproveitado, com uma tela externa maior que cobre quase toda a parte frontal, com recortes apenas para as duas câmeras e bordas bem finas.
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Assim, dá para aproveitar melhor os conteúdos disponíveis na telinha. Além de ser visualmente mais bonito, também é possível uma exibição mais ampla, bem útil para tirar fotos com ele fechado, por exemplo.
A tela interna também tem bordas bem discretas, e apenas um recorte para a câmera frontal. O vinco, nessa geração, está menos perceptível, mas o impacto real da mudança só deve ser percebida após alguns meses de uso.
Quanto à construção, ele segue sem resistência avançada a poeira, com certificação IP48. Isso quer dizer que ele até aguenta grãos maiores, mas partículas muito pequenas podem entrar na dobradiça. Então nada de usá-lo na praia, por exemplo (ou tome muito cuidado com a areia). Ele é resistente à água.
As laterais e o mecanismo de dobra contam com acabamento em alumínio, e isso também ajuda a dar mais resistência ao aparelho.
Configurações e desempenho
O Galaxy Z Flip 7 é equipado com o Exynos 2500, o chip mais avançado da Samsung. Na teoria, ele deveria competir com o Snapdragon 8 Elite — já que foi proposto para, inicialmente, equipar a linha Galaxy S25.
No entanto, o desempenho dele não é tão satisfatório quanto o do processador da Qualcomm. No dia-a-dia, ele aguenta bem as tarefas, executa apps com rapidez e lida bem com jogos, até mesmo os mais exigentes disponíveis para Android. Só notei um aquecimento rápido durante títulos como CoD Mobile.
No entanto, é importante destacar que, em testes de benchmark, ele fica muito atrás de celulares equipados com Snapdragon. No AnTuTu, ele atingiu uma marca de 1,6 milhão de pontos. Como comparação, o Galaxy S25 base e o Razr 60 ultra — seu principal concorrente — chegaram a 2 milhões.
Assim, apesar de ser um chip de bom desempenho, fica nítido que a performance ainda é inferior aos celulares com Snapdragon.
“Um dos pontos fracos do Z Flip 7 é o chipset, e o desempenho inferior ao concorrente deixa claro porque a Samsung deveria usar um chip Snapdragon em seus dobráveis”
Usabilidade como dobrável
É esperado de um dobrável em forma de concha que ele tenha uma boa usabilidade na tela externa, que permita rodar alguns apps de uma forma minimamente satisfatória, além de widgets e atalhos úteis.
E isso ele faz bem. É possível rodar qualquer app na tela externa. É claro que alguns são mais otimizados que outros, mas executar o app bem em uma tela pequena é responsabilidade maior dos desenvolvedores.
No entanto, é importante deixar clara uma limitação grande do Flip 7. Assim como seu antecessor, ele não roda a maioria dos apps de forma nativa na tela externa.
Alguns já permitem isso automaticamente, como o WhatsApp e o YouTube. Para a maioria, porém, é preciso instalar uma extensão do Good Lock.
O processo é fácil, e o próprio celular recomenda isso na aba Labs, nas configurações.
Então basta seguir as orientações na tela para configurar tudo com poucos toques. Mas é importante deixar clara, aqui, a superioridade do Motorola Razr 60 UItra, que faz isso de forma nativa para qualquer aplicação, sem uso de extensões.
Mas a One UI tem alguns recursos interessantes, que podem “fidelizar” alguns usuários. Um deles é a possibilidade de redimensionar o app na tela externa, para que ele possa cobrir todo o conteúdo, cortar a barra das câmeras ou ajustar o tamanho para uma exibição que mostre o conteúdo adaptado para o visor no formato vertical.
Outra função interessante é deixar o celular entreaberto e usar a parte inferior como um touchpad, e a superior como display.
Assim, dá para navegar no formato “notebook”, como se a parte de baixo fosse um trackpad. Isso pode ser interessante em apps de edição, por exemplo. Nada disso é novo, entretanto, e já vinha de outras gerações do Flip.
“Usabilidade do Z Flip como um celular dobrável é boa, com recursos interessantes, mas poderia ser melhor e permitir colocar qualquer app na tela externa de forma nativa, sem precisar baixar apps ou extensões adicionais.”
Bateria deixa a desejar
A bateria é um ponto em que o Galaxy Z Flip 7 poderia ser melhor. Não que ele seja ruim, afinal está na média entre dobráveis. Mas, se for considerar a autonomia de um celular “comum”, ele pode não durar um dia inteiro.
No nosso teste de bateria padrão, ele consumiu cerca de 30% em um período de 6 horas. Essa é, exatamente, a mesma marca atingida pelo Flip 6 no ano passado. Além disso, fica 1% atrás do Motorola Razr 60 Ultra.
Neste cenário, estima-se que sua carga dure aproximadamente 20 horas. Não é uma marca tão ruim, mas comparado a celulares normais, que geralmente tem um consumo em uma média de 20%, ele deixa a sensação de que poderia ser melhor.
Já o tempo de carregamento é padrão: o celular vai de 15% a 100% em 1h15 com carregador rápido — a mesma marca de todos os celulares topo de linha da Samsung.
Câmeras boas, mas nem tanto
O conjunto fotográfico do Galaxy Z Flip 7 entrega resultados satisfatórios, mas não chega ao nível dos topos de linha da Samsung, como o Galaxy S25 e S25 Ultra. É uma limitação esperada, considerando que estamos falando de um dobrável mais compacto.
As fotos ficam com boa definição e nitidez na maioria dos cenários. No entanto, o processamento HDR deixa a desejar em algumas situações específicas.
Áreas mais escuras, como sombras de árvores e troncos, tendem a perder detalhes e ficam subexpostas, apresentando apenas manchas escuras onde deveria haver mais informações visuais. Isso é resultado do baixo alcance dinâmico que também identificamos no Galaxy Z Fold 7.
Quanto ao tratamento de cores, o Flip 7 adota uma abordagem mais conservadora. As cores são mais próximas da realidade, fugindo daquela intensidade característica que conhecemos das câmeras Samsung.
Não chegam a ser “lavadas”, mas definitivamente não têm aquela saturação marcante da marca. Para alguns usuários, isso pode ser até uma vantagem, já que as fotos ficam com um aspecto mais natural.
A gravação de vídeo é um ponto forte do aparelho. Ele filma em 4K a 60 fps tanto na câmera frontal quanto na traseira, garantindo qualidade profissional para criação de conteúdo.
E aqui vale destacar uma das principais vantagens de ter um dobrável: é possível usar o conjunto traseiro — que tem melhor qualidade — para tirar selfies.
Basta fechar o celular e se guiar pelo viewfinder na tela externa. Isso resulta em autorretratos com muito mais qualidade do que usando a câmera frontal convencional.
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Concorrente direto
O único concorrente direto para o Galaxy Z Flip 7 no Brasil é o Motorola Razr 60 Ultra. Os dois são dobráveis em formato de concha lançados neste ano com a promessa de alto desempenho.
O Motorola entrega uma performance mais satisfatória em multi-tarefas e apps mais pesados. Isso graças ao chip Snapdragon 8 Elite e à memória RAM de 16 GB. O celular também tem uma autonomia maior da bateria, e deve durar mais no dia-a-dia.
Esse é o ponto fraco do Flip, que possui chip Exynos 2500 e 12 GB de RAM.
Além disso, o Moto oferece um sistema melhor para quem quer usar qualquer app na tela externa. Como isso é disponível de forma nativa, sem precisar de apps auxiliares, ele é bem mais prático.
O Z Flip 7, por sua vez, tem alguns recursos interessantes, como o touchpad no modo semidobrado e a possibilidade de adaptar a exibição na tela externa para não cobrir nenhum conteúdo com o recorte das câmeras.
Além disso, o Samsung oferece mais opções para quem não quer pagar tão caro. Enquanto o Razr está disponível em uma versão única com 1 TB de armazenamento, o Flip vai de 256 GB ou 512 GB.
Quanto à faixa de preço, ambos ainda estão bem “caros”, mas isso porque ainda são lançamentos, então o preço pode cair bastante ao longo dos próximos meses.
- Motorola Razr 60 Ultra: R$ 9 mil;
- Galaxy Z Flip 7: R$ 8.200 / R$ 9.200.
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Vale a pena comprar o Galaxy Z Flip 7?
Sim, vale a pena comprar o Galaxy Z Flip 7. O celular entrega um bom conjunto de especificações e, apesar do chip tecnicamente inferior, ele aguenta bem as atividades do dia-a-dia. O celular só peca por não ter uma versão com mais armazenamento e RAM.
O uso da tela externa é muito proveitoso e, apesar de não oferecer isso de forma nativa, é possível usar qualquer app instalado no aparelho na telinha. E, de qualquer forma, o processo para fazer isso é bem simples.
O conjunto de câmeras é modesto, mas, entre aparelhos dobráveis, ele entrega uma boa qualidade de imagem.
No entanto, é importante destacar que o preço ainda está bem elevado. Mas, se ao longo dos próximos meses ele chegar a uma faixa de R$ 6 mil, ele fará muito mais sentido.
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